quinta-feira, maio 29, 2014


Em meio ao rico cenário musical mineiro, Thales Silva, músico e compositor conhecido por sua participação na banda A Fase Rosa, vem lapidando suas canções. Seu universo musical ganhou o nome de “Minimalista”, álbum e projeto homônimos que transitam por diferentes formas assumidas na chancela da MPB, sem perder o fio condutor da composição e poesia autoral.

Acompanhado de Fernando “Feijão” Sá (bateria) e Rodrigo Magalhães (contrabaixo), Thales Silva convida o público a experimentar uma sonoridade atual e muito vinculada à cultura independente, sobretudo a brasileira, e as fontes de onde ela tem bebido. O resultado sonoro é a mistura da MPB nas suas variantes mais clássicas, como a bossa, o baião e o samba, com texturas do indie rock e da cultura pop mundial.

Sobre o álbum Minimalista


“O mínimo, o vazio e a simplicidade”. Essas foram as ambições que nortearam a criação de Minimalista, com composições mais decididas, representando um momento de leveza e mais amor do autor. O cunho político (presente nos trabalhos anteriores com A Fase Rosa) ainda está lá, porém mais atento ao horizonte e à esperança. Entre as influencias que nortearam a composição do álbum estão diversos artistas importantes para MPB, que hoje são ainda mais reconhecidos, como Gonzaguinha, Luiz Melodia, Jards Macalé e os já tradicionais Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Composto por 11 faixas, o álbum se inicia com “Neguinha”, que fala de quando do amor, fica a amizade; “Saudade”, homenageando o Baile da Saudade e a música negra do Brasil e do mundo; “Amarelo”, um amor de verão; “Boniteza”, duas palavras, sua sonoridade e um momento para esquecer do mundo; “Não sabe”, sobre um grito em forma de pixo "amor? só de mãe, o resto é ódio..."; “Conversation”, uma conversa fictícia com Jesus Cristo sobre os resultados de um mundo criado às pressas por Deus, seu pai; “O grande espelho”, reflexões sobre ‘Os dias com ele’ de Maria Clara Escobar e outras relações que viu e vivenciou na vida; “Coisa linda”, o amor enquanto musa inspiradora; “Menino Preto”, sobre um menino assassinado pela polícia no Aglomerado da Serra; “Sara”, sobre um amor distante, encontros e desencontros, e fechando o disco “Síndrome de Estocolmo”, sobre um coração de menino e o medo do amor.

Sobre Thales Silva


Vocalista e guitarrista da A Fase Rosa, banda mineira que mistura rock e ritmos brasileiros, Thales Silva é o principal compositor de “Homens lentos”, de 2013, e do EP “O Arquiteto e o carnaval”, de 2011. Com A Fase Rosa, Thales já participou de diversos festivais, tendo se apresentado por Minas, Rio e São Paulo. Além disso, o músico é colaborador de grupos como Albert, Djambê, e O Padre dos balões, e parceiro de artistas como Leo Minax e Dudu Nicácio. Está ainda por traz do grupo Juventude Bronzeada, que traz releituras festivas de clássicos do Axé e das músicas de carnaval, tendo sido o vocalista também do primeiro Bloco Juventude Bronzeada, no carnaval de 2014.




Acesse:

Minimalista (2014)

Informações: fb.com/minimalistamusica

Publicado em quinta-feira, maio 29, 2014 por Kayo Medeiros

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quarta-feira, maio 28, 2014



O International Uranium Film Festival teve término neste domingo, 25, e conseguiu, por mais um ano, atingir os expectadores com o choque da realidade nuclear. Do cronograma às conversas no intervalos, percebia-se o evento como um meio de chamar a atenção sobre as realidades da usinas nucleares, assim como sobre o perigo de possíveis rumores de guerras. 

As informações, todas severamente impactantes, construíram um aprendizado doloroso, por diversas vezes duramente compreendido através de imagens impressionantes de pessoas afetadas por radiação. No dia 23, que contou com a presença de algumas escolas, a reação nas expressões dos alunos deixava claro o horror transmitido por essas cenas. Neste mesmo dia, a presença do Hibakusha ("pessoa afetada pela explosão") Sr. Kunihiko Bonkohara e sua descrição de como foi presenciar a bomba de Hiroshima reforçou todo aquele drama que já estava sendo descrito ao longo do Festival. 

Alguns cineastas também passaram por lá. Entre eles o diretor Roberto Fernández, que foi homenageado no domingo da Premiação, e também o artista plástico Claudio Gómez, autor da exposição Retratos de Nagasaki.

Um fato que se fez notório no IUFF foi a falta de legenda em português na maior parte dos filmes, o que diminuiu o alcance do evento, já que as produções vêm de várias partes do mundo, e para a compreensão total é necessário que os expectadores entendam pelo menos espanhol e inglês. Entretanto, em relatos anteriores, a organizadora do evento Márcia Gomes de Oliveira já havia dito que essa é uma preocupação da equipe, porém falta financiamento para arcar os custos desse trabalho. Esperamos que no ano que vem esse incentivo aumente, de forma que mais pessoas possam prestigiar os trabalhos.

O Oscar Amarelo (prêmio do Festival) de melhor filme foi para o Final Picture de Michael von Hohenberg (Alemanha). Além do prêmio de melhor filme, foram entregues o Oscar Amarelo de melhor animação, este para After All de Bogna Kowalczyk (Polônia), e o de melhor curta para Yellow Cake de Joachim Tschimer (também, Alemanha).

Para mais informações sobre o evento: www.uraniumfilmfestival.org/

Por Ana Angel

Publicado em quarta-feira, maio 28, 2014 por Kayo Medeiros

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terça-feira, maio 27, 2014



Com filmagens iniciadas em 2004, o documentário “De Repente: Poetas de Rua” vai fundo na busca pela origem cultural do que hoje é considerado o RAP nacional. Com foco na cena carioca, o longa teve suas filmagens realizadas ao longo de cinco anos pelo cineasta Arthur Moura – que já iniciou a produção de uma continuação para o filme.

Em pouco mais de uma hora de filme, Arthur é capaz de tirar do RAP a mítica caracterização como cultura marginal, e colocá-lo ao lado de tradições brasileiras como o Repente, a Embolada e até mesmo o Samba do Partido Alto. Em uma realidade onde o improviso é mais que uma maneira de fazer arte, mas sim uma forma de sobrevivência, a cultura “freestyle” desponta em uma congregação de influências, tanto nacionais quanto internacionais.

“O filme (Poetas de Rua) é sobre uma outra cena do rap que não costumamos muito ver em "evidência". Esse ano fiz as últimas filmagens e a edição já tá na metade. Fiz mais de 70 entrevistas com pessoas do rap, do repente, da embolada , professores de História, DJs”, diz Arthur. “Busco mostrar o improviso em si, em suas diversas formas. Mesclo shows, samba em botecos e poetas bêbados com assuntos como mercado e poesia”, completa.


Arthur Moura, no Ocupa ROTA Cine (UFRJ - FFP)

Enquanto estilo musical, o RAP é considerado de origem estadunidense. Com ícones como Tupac Shakur, é quase inevitável considerar que o estilo livre brasileiro não seja nada além de uma vertente da produção norte-americana. Em “Poetas de Rua”, o estudo antropológico realizado pelo diretor mostra uma realidade diferente. A rima, em si, constitui-se muito mais em uma tradição, sendo a música apenas uma das pontas dessa teia cultural.

Ainda no filme, é dito que a cultura poética do improviso se relaciona, por exemplo, com as tradicionais igrejas de tradição afrodescendente norte-americanas, onde o pastor se comunica através de palavras musicalizadas, poéticas e rimadas, surgidas “top of the head”, ou seja, de improviso. Essa tradição, no entanto, pode ser localizada em diversas outras expressões culturais também no Brasil. Segunda a historiadora Adriana Cavalcante, é possível rastrear a tradição do improviso (enquanto comunicação) à “poranduba”, forma de transmissão oral de contos e histórias tradicional das tribos brasileiras, assim como à própria catequização desses mesmo indígenas. Neste processo, os padres perceberam uma alta musicalidade nos nativos, fato que levou ao desenvolvimento de pequenas rimas com o objetivo de facilitar a assimilação das informações pelos índios.

Roda Cultural de Vila Isabel / Foto: Arthur Moura

“Nessa mesma época, o Cordel passa a ser o principal meio de comunicação de informação daquela região onde o jornal não era aceito porque as pessoas não sabiam ler, e isso criava até uma certa resistência àquilo que estava escrito no jornal”, diz Adriana. Segundo Gonçalo Ferreira, presidente da ABLC (Associação Brasileira de Literatura de Cordel), a literatura de cordel, fruto da tradição oral nordestina, foi em certo momento um veículo de comunicação muito mais confiável (para as grandes massas) do que os jornais. “No tempo da morte de Getúlio (Vargas), por exemplo, as pessoas se aglomeravam nas grades da estação ferroviária buscando informações oriundas das capital. Quando a locomotiva chegava trazendo os jornais, o povo se acotovelava para pegar o jornal, para pegar a notícia fresquinha sobre a morte do presidente. Aí o camponês chegava e dizia ‘rapaz, isso daí é conversa de jornal, eu não acredito! Só acredito se sair em cordel’”, afirma Gonçalo.

Sobre a continuação de “Poetas de Rua”, Arthur diz que o objetivo é “tentar fazer uma espécie de balanço”. “Quero compreender como se configura a cena hoje. Quais são suas questões? O que estão pensando seus atores? De que forma estão atuando? Onde? Quem são estes atores?”, questiona Arthur. “O fato é que agora existe uma nova geração e aí surge outra questão: de que forma estão se relacionando as diferentes gerações que agora compõem o rap? O que vem a ser este mercado que se formou? A cena de 2004 é muito diferente de hoje. Seus valores são outros. Suas necessidades, desejos e inserção social também se modificaram. As relações de poder ficam mais complexas”, afirma o diretor.


Assista abaixo ao filme “De Repente: Poetas de Rua”





Você pode acompanhar as novas produção de Arthur Moura curtindo a página da 202 Filmes no Facebook (www.facebook.com/202Filmes)



Publicado em terça-feira, maio 27, 2014 por Kayo Medeiros

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segunda-feira, maio 26, 2014


Molho Negro: Raony Pinheiro, João Lemos e Augusto Oliveira

Criada em 2012 por João Lemos (voz e guitarra), Augusto Oliveira (bateria) e Raony Pinheiro (contrabaixo), a “Molho Negro” se define como “um tempero pulsante e rasgante para o rock garagem”. Contando com a efervescência tropical de Belém, terra natal do grupo, o trio traz um trabalho repleto de batidas dançantes e marcantes, além de letras que promovem uma identificação imediata, sem muita complicação.

“Descontração” é a palavra de ordem. Enquanto outros ícones do rock independente realizam trabalhos cheios de crítica social, os meninos da Molho Negro são objetivos: nada de rock cabeça! Segundo a banda, o objetivo “é ser sedutor para os quadris e fazerem todos sacudirem com o nosso som”. “A Molho Negro se preocupa em fazer as pessoas dançarem. Dançarem e se divertirem”, explica João Lemos.

Com levadas poderosas, a Molho Negro faz jus ao nome de "Rock Garagem"

Com admitidas influências de Danjo Jones, Black Rebel Motorcycle Club, The Black Keys, The Vines, Chuck Berry e Little Richard, o power trio é o rock em seu estado mais segutor: alto, pulsante, marcante e dançante. Em 2014, a banda lança seu primeiro trabalho completo, o disco "Lobo".

Gravar esse disco na nossa cidade foi uma experiência um pouco diferente da gravação do primeiro. A gente tinha um elemento muito importante dessa vez, que era o tempo. Tínhamos tempo pra fazer as coisas, ouvir, trocar de instrumento e refazer, se fosse o caso. Convidamos amigos pra participar, bagunçamos o processo todo, se não fosse o Ivan pra entender o que a gente queria, teria sido um completo desastre esse excesso de liberdade (risos). Particularmente, eu sou um cara afobado que gosta que tudo fique pronto logo, então se o primeiro disco foi gravado em fogo alto, posso dizer que esse foi em fogo médio pelo menos.

Confira o clipe de "Concurso", faixa do disco "Lobo":



O vocalista e guitarrista da Molho Negro conversou com o Chama Alternativa. Confira abaixo:

- Como surgiu a banda?
A banda surgiu no fim de 2012, quando eu e o Augusto resolvemos fazer uma banda nossa mesmo. Nós já tocávamos juntos em outras bandas, mas dessa vez queríamos algo que nós fossemos os donos. O Raony entrou na banda um pouco depois da gravação do nosso primeiro EP (“Rock!”, de 2012). Conheci o Augusto em 2006, tocávamos em outra banda juntos. O Raony é meu amigo de infância, quando precisei de um bom baixista ele foi a melhor opção. 

- Vocês dizem que o objetivo é ser “sedutor para os quadris”. Qual é a proposta do som da banda? 
Haha, é de um relase essa frase né? Na verdade o Molho Negro se preocupa em fazer as pessoas dançarem. Dançarem e se divertirem.

- As músicas de vocês tem títulos altamente descontraídos, dando um tom mais leve pras composições. Qual foi o motivo da escolha por um estilo mais “descomplicado”?
É um pouco natural, a gente fala das coisas que a gente vê, só que fala do nosso jeito né?

- Essa descontração vai em oposição a um movimento que vem aparecendo muito na cena independente, que são letras mais carregadas nas críticas sociais. Qual a sua opinião sobre isso?
Cada um tem que falar sobre aquilo com o que se importa, se incomoda e etc, não vejo problema algum em nenhum dos casos

- Qual é a realidade da banda agora, com o lançamento do segundo disco?
A realidade é a mesma da maioria das bandas independentes: lançar material, viajar, merchandising, festivais e etc. A parte divertida da história.

Você pode acompanhar o trabalho da Molho Negro acessando a página deles no facebook (https://www.facebook.com/molhonegro) OU ouvindo o disco completo deles no Soundcloud (https://soundcloud.com/molhonegro/sets/molho-negro-lobo-2014)


Publicado em segunda-feira, maio 26, 2014 por Kayo Medeiros

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sexta-feira, maio 23, 2014



Cearense. Magra. Feminista. Artista. Mãe. De toda a longa lista de adjetivos que podem ser utilizados para explicar Sirlanney, nenhum é tão revelador quanto o seu próprio trabalho. Pintora, quadrinista e, por que não, poeta, a jovem criativa de traços e sorrisos delicados esconde por debaixo das roupas floridas um coração bruto, pulsante e cheio das dores cotidianas das vidas de todos nós.


Conversamos com a Sirlanney sobre seu trabalho, sua vida, suas ideias. Acompanhe abaixo:

- Quantos anos você tem? Ainda mora no Rio? Voltou pra faculdade?
Oi! Eu tenho 30, estou no ceará, mas meus livros e amores estão no Rio. Fico no Ceará até agosto para cuidar de problemas de saúde, do crowdfunding do meu livro e outros projetos paralelos, que seriam impossíveis de fazer no meio do trabalho de conclusão de curso, que retomo no próximo semestre.

- Você diz que faz quadrinhos para não enlouquecer (tá lá no about do tumblr, rs). Qual é a sua relação com os seus trabalhos, e como eles te afetam?
Talvez me enlouqueçam mais, viu, eu tenho que mudar aquilo. Ah, de certa forma me ajudam sim. Sem desenhar e colocar para fora aquilo que me sufoca eu vou realmente definhando. Tudo perde o sentido, como se o único sentido fosse desenhar. Eu sei que não é só isso, tem a família, os amigos, o amor, que dão o verdadeiro sentido de tudo. Mas colocando de forma prática, de repente eu estou me sentindo muito mal com alguma ideia me perturbando e doendo muito, sabe? Então eu penso: vou transformar isso em algo, seja um quadro, ou um quadrinho. Depois que vira um quadrinho, para de doer, porque atingiu outro patamar, não é mais só uma minhoca na minha cabeça. Agora pode ser uma minhoca na cabeça dos outros. Não sei, acho que tem a ver com a brevidade da vida.


- Bukowski é um autor muito cru, objetivo e “carnal”. Kerouac (como boa parte da geração beat) era algo muito próximo de um filósofo, prolífico em adjetivos e questões sobre o mundo e sobre ele mesmo. Apesar de diferentes, você registra ambos como influências. Por quê?

Ah, eu não acho tão diferente assim. Bukowski foi um beatinik fora do tempo, só isso, ou uma continuação, sei lá. Ele também é um filósofo! Ele vai falando que fez isso e aquilo, e bateu e chupou, etc, mas num momento ele vai e dá um salto, você nem percebe, mas você já está sobrevoando com ele para o outro lado, da existência e do infinito. Mas eu sofro muita influência também de Dostoievski, Julio Cotázar, Henry Miller... Esses sim, completamente diferentes uns dos outros. É importante para mim não me prender a um estilo, nacionalidade, época, etc.

- O seu trabalho não é apenas “autobiográfico”. Ele vai além, e é capaz de transmitir o quão doídas foram as situações e os pensamentos. Sejam amores ou dificuldades, a sensação de ler seus quadrinhos é sempre muito forte. Como você enxerga esse caráter visceral da sua obra?
Uau. É bom ouvir outra pessoa falando. Acho que tem a ver com meu gênio, digo, minha forma de viver, talvez eu seja mesmo intensa e visceral, isso acaba comigo. Se o leitor consegue perceber isso nos meus quadrinhos eu me sinto muito muito grata.





- O seu trabalho passou por uma clara transformação a partir de 2010. Há uma notável diferença nos traços, na escolha de cores e até de materiais. Poderia falar um pouco sobre isso?
Hahahaha eu não sabia fazer melhor. As cores eram "pobres" na minha opinião de hoje, eu entendia muito pouco de aquarela. Mas fiquei o caminho inteiro dentro do ônibus bolando aquele quadrinho, separando por quadros, o roteiro, imaginando como eu queria desenhar. Ele levou o triplo do tempo que levo hoje pra fazer uma página. Tudo é um processo, não é? Um quadrinho depois do outro. Espero que ano que vem eu tenha aprendido coisas novas também, e possa rir da Sirlanney de hoje como faço agora com a de 2011, o que é uma sacanagem.

- Você foi mãe aos 19 anos. O que isso representou pra sua vida, e pro seu trabalho?
A Luna tem uma importância absurda na minha vida, claro. É tudo o que eu sou. Talvez se eu não tivesse tido ela eu não seria mãe nunca e sou muito feliz por ser. Muitas artistas foram mães e não puderam exercer esse papel social assim como eu. Patti Smith e a quadrinista Aline Crumb foram mães aos 19 e deram pra adoção. Eu não fiz isso, mas o desejo de ser alguém e deixar algo para ela foi maior do que minha capacidade de criar, digo, de ficar em casa, renunciar ao trabalho e a busca pelo que fosse melhor. Eu era uma menina de 19 anos, seríamos duas meninas jogadas no mundo sem esperanças, cuidando da casa, a procura de maridos que cuidassem de nós. Eu fui racional ou egoísta, depende do ponto de vista. Mas isso me deu um sentido de trabalhar por alguém além de mim, uma meninazinha engraçada em quem eu coloco a culpa por querer desesperadamente "ser alguém". No fim eu só espero que ela me ame, parece que ela me ama muito.


- Como você define e enxerga o seu trabalho agora? Seus quadros, seus quadrinhos? O que você vê neles?
Eu vejo uma massa em transição. Eles me deixam satisfeita... Logo que eu acabo uma tela ou um quadrinho, eu vejo que aquilo é maior do que eu e me sinto agradecida. Mas vejo também mil possibilidades para explorar, o que me anima. Tudo que eu quero é condições para trabalhar trabalhar trabalhar e deixar essa massa mais definida, mas nunca o suficiente, senão vou ter que parar de mexer.

- Vamos falar sobre a campanha no Catarse: qual a motivação desse projeto, e o que ele representa pra você?
Esse projeto está idealizado desde o início do blog, em 2012. Eu tinha muito desejo de fazer alguma publicação, alguma coisa só minha. Tentei fazer uma história mais longa, Vingança de Odorica, e descobri que ia ser muito caro para publicar. Então conheci o projeto do Ryotiras, que comprei. E era isso, a compilação de seus webquadrinhos num livro incrível. Os amigos dos Quadrinhos Insones tinham acabado de fazer o mesmo para produzir a revista "Libre!" Então percebi que para eu ter volume até lançar a campanha do catarse ia precisar de tempo, paciência, trabalho e conquistar leitores. Em resumo eu fiz uma estratégia e confiei no meu talento, agora achei que chegou a hora. Para mim ele representa a realização de um sonho que foi acalentado por muitas noites insones. Como falo no vídeo do catarse, um primeiro passo, ou o maior passo que dei até agora. Minha própria publicação!!! Mas ele representa mais do que isso se olhar no contexto global e não só de meta pessoal. Eu faço parte de um novo mercado de uma nova era. Pessoas que com o trabalho e o esforço próprio podem se virar diretamente com o público, sem precisar de velhas empresas viciadas intermediando isso. Eu nunca fui publicada num jornal de grande porte, nunca bebi champanhe com esses magnatas, eles nunca divulgaram meu trabalho. Eu nasci da internet e estou me publicando com a ajuda da internet. Se isso der certo, é um grande dedo do meio! (ou será só algo para levar debaixo do braço quando "eles" quiserem ver meu trabalho)


Não esqueça de apoiar a campanha da Magra de Ruim no Catarse!

Para conhecer mais sobre a Sirlanney, você pode:

A) Acessar o tumblr lindo dela;
D) Todas as opções acima.


Publicado em sexta-feira, maio 23, 2014 por Kayo Medeiros

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quinta-feira, maio 22, 2014


Imagine uma cidade com mais de um milhão de habitantes e apenas três salas de cinema localizadas em um único shopping. Essa é a realidade de Nova Iguaçu, município da região da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Esse número é extremamente pequeno se comparado, por exemplo, ao bairro de Botafogo na Zona Sul carioca, onde existem quase 40 salas para menos de cem mil habitantes. Com isso, a existência de cineclubes é não apenas um movimento de vanguarda, mas também uma ação necessária para o público da região. 

É neste momento que surge o Cineclube Buraco do Getúlio, fruto da cabeça de seis amigos apaixonados por cinema e que queriam uma oportunidade de exibir seu próprio trabalho. Tendo como referência cineclubes como o “Mate com Angu” (Cineclube atuante na Baixada Fluminense fundado em 2002, ainda em atividade), o “Beco do Rato” e o “Cachaça e Cinema Clube”, realizaram ao longo de quase oito anos de existência um total de 162 sessões, com 436 filmes exibidos e 264 intervenções artísticas. Hoje, a equipe do Cineclube conta com um total de dez organizadores que trabalham de forma voluntária, com sessões recebendo uma média de 100 pessoas no Ananias Bar.


De acordo com Diego Bion (29), atual coordenador e um dos seis fundadores do Getúlio, a primeira sessão contou com equipamentos de segunda mão comprados na década de 70. “A princípio nós não tínhamos nem projetor. A gente precisava ir até a Lapa pegar um projetor emprestado com a galera do Beco do Rato ou do Observatório de Favelas na Maré”, diz Bion. Em sua primeira sessão, o Getúlio exibiu o clássico “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, e desde o início os idealizadores do Cineclube entenderam que somente o audiovisual seria insuficiente: foi então decidido que o Getúlio passaria abrir espaço também para outras formas de arte no intervalo dos filmes, como poesia, música, teatro e circo. 

Desde então, as intervenções do “Buraco” vem mantendo o mesmo formato: são priorizados os curtas-metragens, com foco em vídeo-arte e cinema experimental (que estejam fora do circuito oficial de cinema), filmes que a grande maioria da plateia não teria assistido. A ideia é fazer com que esse circuito alternativo chegue também até a Baixada, contribuindo com a formação de um público na região.

Além do Cinema


As intervenções culturais que acontecem em todas as sessões do Buraco do Getúlio são um destaque à parte. Segundo Diego, a ideia de “buraco” implica em algo que deva ser preenchido com conteúdo, e esse preenchimento se dá através do envolvimento do público e dos atores locais. “Para o poeta o Buraco é um Sarau, para o músico o Buraco é um show, para o artista do circo o Buraco é um picadeiro, para o ator é o palco e para o cineasta é um cinema” diz Bion, que enfatiza a todo instante a ideia de coletivo e a importância do mesmo na trajetória do “Buraco”. “É muito bacana quando a gente vê diretores pedindo pra lançar filmes no Cineclube, ou bandas pedindo pra tocar, poetas para expor sua poesia, entre outros. Não digo que isso tudo seja mérito direto do Getúlio, mas de um ambiente favorável que foi se construindo na Baixada”, finaliza Diego. 

Quanto ao público, Diego destaca uma diversidade dentro de uma faixa etária que vai de 20 a 35 anos. “Existe uma juventude que faz parte ou simplesmente apoia o atual cenário cultural da Baixada Fluminense e se identifica mais com o que acontece no “Buraco”. A maioria das intervenções que ocorrem no BG são realizadas pela juventude”. O cenário atual da Baixada como um todo combina perfeitamente com o crescimento do Cineclube: movimentos envolvendo poesia, saraus, música, festas e diversas outras intervenções dialoga com o público crescente do Getúlio. “Nova Iguaçu talvez esteja com a sua primeira geração de realizadores locais”, afirma Bion. 

Mesmo sendo realizado em Nova Iguaçu, o público que comparece às sessões do Buraco do Getúlio vem de vários locais: vários locais: Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e até mesmo da abastada capital, Rio de Janeiro. Por isso Diego justifica a ideia de fazer com que o evento ocorra em Nova Iguaçu: ”escolhemos um local próximo ao Centro para facilitar o acesso, dada a dificuldade de transporte público enfrentada pelas regiões da Baixada Fluminense”, afirma. O local escolhido foi o Ananias Bar, um dos mais undergrounds de Nova Iguaçu e palco de diversas intervenções culturais, tradicionalmente frequentado por Diego e seus amigos desde a época da adolescência. 

Origem


O nome “Cineclube Buraco do Getúlio” foi pensado em homenagem à passagem subterrânea Túnel Getúlio de Moura, uma das principais na cidade de Nova Iguaçu. O nome também expressa a vontade dos fundadores do BG de manterem uma referência com o local de origem, em um momento em que parte dos habitantes da Baixada ainda busca se desvencilhar da região devido ao caráter violento e abandonado imposto à Baixada pelas grandes mídias. Na contracorrente dessa ideia, o Cineclube, em conjunto com seus organizadores, interventores e plateia, vem tentando (e conseguindo) iniciar um processo de construção coletiva de um imaginário positivo sobre a Baixada Fluminense.

Buraco no Catarse




Em abril de 2014, os organizadores do Buraco do Getúlio iniciou uma campanha de financiamento coletivo junto ao Catarse. O projeto ficará no site por 45 dias, período durante o qual busca atingir o valor total através de uma campanha de doações. Atingindo 100% da meta, quem doou ganha recompensas - e o Buraco do Getúlio recebe verba para a realização de sessões até o fim de 2014. Até o fechamento desta matéria a campanha do Buraco no Catarse (#buraconocatarse) já havia conquistado R$10,887 e os organizadores se mostram otimistas quanto ao atingimento do valor total de R$13,500. 

Bion conta que até então as intervenções do Cineclube aconteciam devido a investimentos dos próprios organizadores e dos artistas que iriam se apresentar, recursos esses que eram todos revertidos em aluguel de equipamentos para a exibição dos filmes. Com isso, não tem sido possível oferecer uma infraestrutura adequado ao público e aos artistas que se apresentam. “As sessões acontecem na onda do “faça você mesmo”. E depois de tanto tempo fazendo desse jeito a gente quer conseguir realizar essa atividade de uma maneira mais tranquila, proporcionando um conforto maior a todos os envolvidos como produtores, interventores e público” explica Diego.

As sessões do Buraco do Getúlio acontecem todo segundo sábado do mês às 21h no Ananias Bar em Nova Iguaçu (Rua Floresta Miranda, 48, Nova Iguaçu, RJ). Além disso, toda quarta-feira acontece uma sessão online onde algum curta é disponibilizado no blog do BG. 

Contatos

Para conhecer mais sobre o projeto basta acessar os links abaixo:

Para ajudar com a campanha Buraco no Catarse basta acessar o link:

Publicado em quinta-feira, maio 22, 2014 por Ana Carolina Carvalho

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quarta-feira, maio 21, 2014



Sirlanney, criadora do "Magra de Ruim"
Cearense. Magra. Feminista. Artista. Mãe. De toda a longa lista de adjetivos que podem ser utilizados para explicar Sirlanney, nenhum é tão revelador quanto o seu próprio trabalho. Pintora, quadrinista e, por que não, poeta, a jovem criativa de traços e sorrisos delicados esconde por debaixo das roupas floridas um coração bruto, pulsante e cheio das dores cotidianas das vidas de todos nós.
Nascida e criada em Morada Nova, cidade do interior do Ceará, Sirlanney diz que desenha desde criança. "É difícil lembrar porque toda criança gosta de brincar com papel e tinta. Nas minhas memórias mais distantes, apareço criando uma relação afetiva com os lápis de cores", diz a artista. E se os traços estiveram sempre presentes na sua vida, pode-se dizer que a sua própria vida também esteve sempre presente nos seus desenhos. Com uma obra claramente autobiográfica, afirma que faz as tirinhas para narrar sua "vida, sentimentos e para não enlouquecer".
Não que enlouquecer fosse de todo mal: com a coragem de tratar de temas delicados (para todos nós) como amor, sexo, feminismo e crises pessoais, a obra de Sirlanney foge ao lugar-comum da piadinha diária usada para acalmar os ânimos e arrancar sorrisos com o canto da boca. Para ela, as dores da vida são sempre mais fortes. "Acho que tem a ver com meu gênio, digo, minha forma de viver, talvez eu seja mesmo intensa e visceral, isso acaba comigo", confessa.



Campanha no Catarse


Após 2 anos de planejamento, a "Magra de Ruim" vai finalmente ganhar as ruas em uma versão impressa - a primeira, na verdade. O livro contará com cerca de 150 páginas coloridas, reunindo seus melhores desenhos e tirinhas publicadas no seu blog (sirlanney.tumblr.com). A publicação contará com histórias inéditas, além do zine erótico "Sdds".

"Para mim ele representa a realização de um sonho que foi acalentado por muitas noites insones. Como falo no vídeo do catarse, um primeiro passo, ou o maior passo que dei até agora. Minha própria publicação!!!  Mas ele representa mais do que isso se olhar no contexto global e não só de meta pessoal. Eu faço parte de um novo mercado de uma nova era. Pessoas que com o trabalho e o esforço próprio podem se virar diretamente com o público, sem precisar de velhas empresas viciadas intermediando isso", conta Sirlanney.

Apoie a campanha da Magra de Ruim no Catarse! É só clicar aqui e contribuir!



Para conhecer mais sobre a Sirlanney, você pode:

A) Acessar o tumblr lindo dela;
C) Voltar aqui na sexta, quando vamos publicar uma entrevista exclusiva que fizemos com elas;
D) Todas as opções acima.

Confira abaixo alguns trabalhos da Sirlanney:








Publicado em quarta-feira, maio 21, 2014 por Kayo Medeiros

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segunda-feira, maio 19, 2014





As Seletivas Se Rasgum chegam mais cedo este ano, em dois dias de shows inesquecíveis e grandes descobertas. Nos dias 19 e 20 de junho, na casa oficial Hotel Gold Mar,a Se Rasgum traz os convidados Tiago Iorc (pela primeira vez em Belém) e a banda gaúcha Bidê ou Balde, que faz a sua segunda apresentação na cidade depois do show no VI Festival Se Rasgum.

Mas as novidades não acabam por aí, a Seletivas 2014 ganha ainda uma edição em Bragança, no dia 6 de julho. Em dois dias em Belém, 16 bandas paraenses concorrem a quatro vagas. E na cidade de Bragança serão 8 bandas em um dia buscando 1 vaga para a nona edição do Festival Se Rasgum, que será de 20 a 23 de agosto, em Belém.

As inscrições das duas edições iniciam dia 19 de maio e vão até 2 de junho pelo site www.serasgum.com.br/seletivas. Poderão participar bandas de todo o estado e de todos os estilos musicais. Confira no edital onde sua banda se encaixa, em Belém ou Bragança. Em 2014, as Seletivas foram contempladas pelo Programa Amazônia Cultural 2013, com apoio do Ministério da Cultura.

Seletivas Belém e Bragança

Em Belém, 16 bandas serão selecionadas e em Bragança serão 8, as duas edições da mesma maneira: através de notas dadas por um júri composto por três pessoas ligadas ao mercado musical, que escutarão todas as bandas inscritas em nosso site. Depois deste processo, teremos um júri presencial de outros três jurados que avaliarão as apresentações ao vivo, junto ao voto do público, de onde vão sair quatro bandas (artistas) de Belém, e um artista de Bragança, que farão parte da programação do 9º Festival Se Rasgum. Em todas as etapas, os jurados são pessoas ligadas ao mercado musical, como jornalistas, produtores, músicos etc.

Em Belém, após as apresentações dos selecionados da noite, quem finaliza é o artista ou banda convidada. Dia 19 será encerrado o show do cantor Tiago Iorc. E no dia 20 quem fecha as Seletivas Se Rasgum 2014 é a banda Bidê ou Balde.

Para saber mais, acesse o site do Festival Se Rasgum


Publicado em segunda-feira, maio 19, 2014 por Kayo Medeiros

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O que é a TEIA da Diversidade

A TEIA da Diversidade é o encontro nacional dos Pontos de Cultura e das redes da diversidade que integram o Programa Cultura Viva. Em sintonia com as estratégias e diretrizes gerais do Plano Nacional de Cultura, a TEIA Nacional da Diversidade 2014 abre um espaço para encontro, reconhecimento, convivência, reflexão, formação e divulgação de temas prioritários de grupos, coletivos, comunidades, Pontos de Cultura e iniciativas que integram o Programa Cultura Viva.


Teia Nacional 2014

A TEIA Nacional da Diversidade – 5º Encontro Nacional dos Pontos de Cultura e das redes da diversidade que integram o Programa Cultura Viva – será realizada de 19 a 24 de maio, em Natal (RN). Promovida pela Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) e pela Comissão Nacional de Pontos de Cultura (CNPdC), a TEIA 2014 tem o objetivo de fortalecer o exercício dos direitos culturais e promover a atuação cultural em rede.
“Desta vez teremos uma TEIA muito especial, porque irá reunir no mesmo encontro pontos de cultura e segmentos da diversidade, com a presença de instituições parcerias. A TEIA da Diversidade será um importante espaço de fortalecimento e articulação de toda a rede”, diz ministra da Cultura, Marta Suplicy.

A TEIA da Diversidade será mais abrangente do que as quatro edições anteriores da TEIA, realizadas em 2006, 2007, 2008 e 2010. Este ano, além dos Pontos e Pontões de Cultura, participam grupos do “Encontro da Diversidade”, que agrega segmentos das políticas setoriais atendidos pelo Programa Brasil Plural. Fazem parte destes segmentos grupos de Culturas Populares, Culturas Indígenas, Culturas Ciganas, LGBT, Crianças, Idosos, Juventude, Hip-Hop, Pessoas com Deficiência, Saúde Mental, Trabalhadores Urbanos, Povos de Terreiro, Quilombolas, Imigrantes, Mulheres, Trabalhadores Rurais, Mestres e Griôs.
“Queremos estimular o diálogo e a parceria entre a sociedade civil, gestores, instituições de ensino, instâncias de participação social e os diversos atores do campo cultural”, explica Márcia Rollemberg, secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC. Segundo a gestora, a realização da TEIA da Diversidade estimula ações de valorização, políticas integradas e de promoção da cultura brasileira.

Apresentação do Afoxé Ara Won Ufu Ufu / Foto: Mario Miranda
Programação e espaços

A TEIA da Diversidade contará com Mostras Artísticas e uma Feira de Economia Solidária e Criativa protagonizadas pelos Pontos de Cultura, que levarão à Natal demonstrações da diversidade do Programa Cultura Viva por meio de apresentações artísticas, da exposição e venda de produtos artesanais.
Oficinas, Fóruns e Seminários Temáticos serão alguns dos espaços de diálogo da TEIA da Diversidade. Entre os temas, destacam-se os debates sobre o acesso a equipamentos culturais, os encontros dos Pontos de Cultura Indígenas e de Leitura.

Na área audiovisual, haverá o CineTEIA, uma mostra de produções dos Pontos de Cultura, o encontro do Grupo de Trabalho Temático e um Seminário sobre a Regionalização da Produção Audiovisual.
As atividades da TEIA da Diversidade serão realizadas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), na Praça Largo da Ribeira e no Teatro Alberto Maranhão.

A programação completa da TEIA da Diversidade está disponível no site oficial do encontro e os participantes podem inscrever-se gratuitamente nas atividades disponíveis.


Publicado em segunda-feira, maio 19, 2014 por Kayo Medeiros

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Foto: Divulgação


Formada em 2010 em Aracaju (SE), a Coutto Orchestra pode ser considerada a encarnação do tropicalismo. A “micro-big-band”, como se classificam, traz em seu trabalho uma fusão da “cultura DJ” com ritmos de todo o mundo como cumbia, jazz, maracatu, tango, forró, valsa e marchas dos balcãs. Neste caldeirão de onde brota a fanfarra eletrônica encontra-se de tudo, principalmente canções com batidas fortes e melodias cativantes.

Com quatro anos de estrada, a “Coutto Orchestra de Cabeça” (nome original do grupo) surgiu da necessidade: “eu não possuía banda, apenas produzia as minhas músicas em estúdio e junto com aparatos eletrônicos construía minha banda, minha ‘Orchestra de Cabeça’”, diz Alisson Coutto, idealizador do projeto. Contando hoje com diversos integrantes, o grupo se reconhece como algo concreto. “Depois de lançar o ‘Eletro Fun Farra’, decidimos retirar o ‘De Cabeça’. Vimos mais do que nunca que conseguimos sair de um projeto imaginário, e hoje nos identificamos como banda”.

Foto: Thiago Souza Ramos










Com dois EPs (“Micromúsica”, de 2010 e “Aratu Milonga”, de 2012) e um Disco lançados (“Eletro Fun Farra”, de 2013), é de se perguntar de onde surgem as influências para o trabalho multicultural do grupo. “Nas composições da 'Orchestra' sempre buscamos fundir elementos daqui (nordestinos e prioritariamente sergipanos) com os demais ritmos da aldeia global”, explica o grupo. “Ao compor não nos preocupamos em seguir uma forma ou rítmica obrigatória, o que buscamos a risca é apenas comunicar sensações”, completa.

Com um estilo batizado de “Eletrofanfarra” pelos próprios integrantes do grupo, as apresentações da Coutto Orchestra trazem os instrumentistas unindo aparatos tecnológicos à sanfona, percussões, sopros e vozes para reproduzirem melodias cativantes e batidas fortes. Com canções sem palavras, associadas a projeções e luzes, provocam uma sensação festiva e imagética, criando uma atmosfera urbana com raízes na cultura das ruas. Para o grupo, “as canções sempre surgem a partir de algum estimulo visual ou histórias que ouvimos em relatos. Algumas vezes isso se transforma em trilhas sonoras, outras, em canções quase sem palavras”.

Foto: Café com Guaraná



 Atualmente a Coutto Orchestra vem ganhando destaque em importantes espaços do cenário da música brasileira com shows na Feira da Música (CE), Porto Musical (PE), Festival Quebramar (AP), BNB Instrumental (PB e PE), LAB Festival (AL), Festival de Inverno de Garanhuns (PE), Festival Quebramar (AM), Palco Giratório (SE), Verão Sergipe (SE) e participação em diversas coletâneas físicas e virtuais como Bass Culture e Beyound e Viva Brasil (BM&A), Serigy All Stars (Disco de Barro), dentre outras.


Para o grupo, tocar em tantos lugares diferentes é algo muito positivo. “A cada evento que temos a oportunidade de viajar, a banda consegue se renovar, oxigenar a pluralidade que buscamos no nosso som, é impressionante como em nossas viagens conseguimos (re)avaliar os elementos estéticos, sonoros, que compõem o nosso trabalho”, diz o grupo.



Você pode conhecer mais sobre o grupo acessando o site da Coutto Orchestra

Publicado em segunda-feira, maio 19, 2014 por Kayo Medeiros

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