Frederico Arêde, artista plástico carioca, realizará em 5 de dezembro, em Niterói, a vernissage da sua exposição "Do que e como consumimos", onde explora o ato de retratar o corpo feminino e sua identidade como formas consumíveis e transitórias, características da pós-modernidade. No dia 6 de janeiro, data de encerramento da Exposição, Arêde realizará também um "Encontro com o Artista", onde discutirá com o público o contexto de suas obras. 

Serviço:


Abertura da Exposição "Do que e como consumimos", de Frederico Arêde


Data: 5 de dezembro, 2012, às 19h

Local: Centro Cultural Pascoal Carlos Magno - (Campo de São Bento) Icaraí / Niterói 
Visitação: 
De 6 de Dezembro, 2012 a 6 de Janeiro, 2013
Segundas: das 13h às 17h
Terça a Sexta: das 10h às 17h 
Sábados, Domingos e Feriados: das 10h às 15h
Encontro com o Artista: Domingo, 6 de Janeiro,  às 10h

Produção: Erika Nascimento



 "Frederico Arêde é artista plástico, pesquisador e atua nos campos da pintura, da fotografia e no hibridismo resultante do diálogo entre essas duas linguagens. Atualmente, Arêde conclui o Curso de Bacharelado em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desenvolve sua poética dentro de questões que envolvem reflexões sobre corpo, identidade, sexualidade e suas diferentes formas de consumo.

Arêde expõe suas recentes pinturas a óleo sobre madeira em diferentes formatos, que vão de material descartado a compensados novos, nas quais nos convida a ver o corpo feminino, sempre nu e exposto ao voyerismo, em sua profunda intimidade, despido de barreiras morais e protetoras, alvo do julgamento alheio. Sua poética é direta, objetiva, mas de reflexão para além da imagem superficial do corpo, possuindo intrincada simbologia construída por processo pictórico não menos complexo. Retratar o nu feminino é sempre tarefa de difícil execução por estar atrelada à ampla e densa carga simbólica, sociológica e artística com milênios de anos de trajetória e já explorada exaustivamente. No entanto o artista foi cauteloso ao pintar, nos guiando entre os signos da sua poética que compreende o frágil limiar entre campos simbólicos que oscilam entre abordagens de tão diferentes naturezas: das atitudes políticas ao mero exibicionismo, do rebuscado ao clichê, do kitsch ao arquitetado e do proibido ao permitido. 

Arêde age com consciência nesse terreno minado, nos fala da representação da mulher na sociedade contemporânea e de formas específicas de como ela ocorre, sobre valores e atitudes que cercam a exibição da mulher e de sua identidade na fotografia, na pintura e no desenho. 

Nas pinturas apresentadas no Centro Cultural Pascoal Carlos Magno, a identidade, a sexualidade e o ato de retratar o corpo feminino se conectam como formas consumíveis e existentes entre valores – como diria Zigmunt Bauman – de transitoriedade líquida, inseridos num mal-estar que permeia a pós-modernidade."
Lícius Bossolan (prof. e orientador – EBA/UFRJ)