quinta-feira, dezembro 06, 2012



Um festival que nasceu de festas de rock e da divulgação do trabalho autoral de bandas locais de diversos estilos. Esse é o “Se Rasgum”, originalmente conhecido como “Se Rasgum no Rock” mas que mudou de nome devido a alta proliferação de diferentes estilos na região de Belém, onde se concentra, e que chega agora à sua sétima edição.

Em 2012, o festival acontecerá nos dias 7 e 8 de dezembro, e retornará ao tradicional palco do African Bar, localizado na praça Waldemar Henrique, em Belém. A sétima edição mantém a tradição iniciada em 2006, ano da sua primeira edição: a de reunir atrações nacionais e internacionais, sempre com foco na cena independente e no trabalho autoral.

Marcelo Damaso, organizador do festival, o festival foi criado pois “era o caminho natural que estávamos seguindo com o cenário cheio de bandas locais autorais, muita coisa a ser mostrada e um monte de bandas de fora querendo vir para Belém. Isso, claro, dentro de um cenário nacional onde pipocavam festivais independentes em todas as capitais. Belém tinha que ter o seu festival, e nós achamos que era a Se Rasgum que tinha que fazer", relembra Damaso.

Este ano, o line-up do dia 7 inclui as locais A Trip to Forget Someone e Massa Grossa, a sulista Apanhador Só (RS), o americano Ben Kweller e Thiago Pethit, de São Paulo, além da francesa Maia Vidal.No sábado, dia 8 de dezembro, quem se apresenta no African Bar são as novidades locais Strobo e Molho Negro, junto dos veteranos Tonny Brasil e Mestre Solano. Completando a lista dos convidados de fora do Estado, estão os grupos Tokyo Savannah (SP), Pequena Morte (MG) e a carioca Mallu Magalhães (RJ), também conhecida simplesmente como “Mallu”.


Semana da Profissionalização

Parte integrante do Se Rasgum, a Semana de Profissionalização da Música é constituida de oficinas e palestras voltadas para o trabalho de formação de profissionais do mercado musical, otimizando a relação entre músicos, prestadores de serviço, o público e todos os demais profissionais ligados a este mercado.

Para Marcelo Damaso, organizador do festival, a semana de profissionalização da música é importante para fomentar a atividade artística no estado. "É um mercado que envolve muitos agentes, tanto na produção executiva quanto no papel artístico. Fazemos uma ação formativa para tentar colocar no mercado cultural mais produtores aptos a trabalhar com música, com cultura. Nosso trabalho vai além dos shows, pensamos mais adiante e tentamos fortalecer o mercado, tornando uma atividade rentável tanto para quem realiza quanto para quem a compõe no âmbito artístico. Queremos que tanto o roadie quanto o produtor e o artísta recebam o justo e aperfeiçoem seus trabalhos", conta.

Damaso conta ainda que a organização sempre se adapta para não deixar de realizar o festival, que já faz parte da agenda cultural do Estado. "Esse ano demos uma reduzida no formato. Contamos com pouco recurso financeiro, comparado ao ano passado, por exemplo. Náo conseguimos vender nenhuma carta de incentivo nem da Lei Tó Teixeira e nem da Semear. E estou falando de um festival que está na sétima edição e que é um dos grandes responsáveis por todo esse bafafá em cima da música paraense. O Festival só está saindo graças a uma ajuda do Governo e a alguns pequenos patrocínios que conseguimos de parceiros antigos", desabafa.


Homenagem à Música Paraense

Com a temática de homenagear a música paraense, o VII Festival Se Rasgum traz alguns de seus ícones nas artes de divulgação, como Dona Onete, Mestre Laurentino, Mestres da Guitarrada e Mestre Solano, que vai estar nesta edição e que era o único dos homenageados que ainda não havia se apresentado no Festival. O ilustrador paraense Junior Lopes fará uma exposição de seus trabalhos homenageando a música paraense no African Bar.

Sustentabilidade

Dando continuidade às ações ambientais, o Festival Se Rasgum integra à sua programação ações de sustentabilidade em diversas parcerias com associações, ONGs e Secretaria Municipal de Saneamento – Sesan. Entre ações de neutralização voluntária de carbono – para a compensação da emissão de carbono no evento – e da coleta seletiva, o Festival terá também um Espaço Eco Lounge com ações educacionais, em uma parceria com a ONG No Olhar.

Publicado em quinta-feira, dezembro 06, 2012 por Kayo Medeiros

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quarta-feira, dezembro 05, 2012

Frederico Arêde, artista plástico carioca, realizará em 5 de dezembro, em Niterói, a vernissage da sua exposição "Do que e como consumimos", onde explora o ato de retratar o corpo feminino e sua identidade como formas consumíveis e transitórias, características da pós-modernidade. No dia 6 de janeiro, data de encerramento da Exposição, Arêde realizará também um "Encontro com o Artista", onde discutirá com o público o contexto de suas obras. 

Serviço:


Abertura da Exposição "Do que e como consumimos", de Frederico Arêde


Data: 5 de dezembro, 2012, às 19h

Local: Centro Cultural Pascoal Carlos Magno - (Campo de São Bento) Icaraí / Niterói 
Visitação: 
De 6 de Dezembro, 2012 a 6 de Janeiro, 2013
Segundas: das 13h às 17h
Terça a Sexta: das 10h às 17h 
Sábados, Domingos e Feriados: das 10h às 15h
Encontro com o Artista: Domingo, 6 de Janeiro,  às 10h

Produção: Erika Nascimento



 "Frederico Arêde é artista plástico, pesquisador e atua nos campos da pintura, da fotografia e no hibridismo resultante do diálogo entre essas duas linguagens. Atualmente, Arêde conclui o Curso de Bacharelado em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desenvolve sua poética dentro de questões que envolvem reflexões sobre corpo, identidade, sexualidade e suas diferentes formas de consumo.

Arêde expõe suas recentes pinturas a óleo sobre madeira em diferentes formatos, que vão de material descartado a compensados novos, nas quais nos convida a ver o corpo feminino, sempre nu e exposto ao voyerismo, em sua profunda intimidade, despido de barreiras morais e protetoras, alvo do julgamento alheio. Sua poética é direta, objetiva, mas de reflexão para além da imagem superficial do corpo, possuindo intrincada simbologia construída por processo pictórico não menos complexo. Retratar o nu feminino é sempre tarefa de difícil execução por estar atrelada à ampla e densa carga simbólica, sociológica e artística com milênios de anos de trajetória e já explorada exaustivamente. No entanto o artista foi cauteloso ao pintar, nos guiando entre os signos da sua poética que compreende o frágil limiar entre campos simbólicos que oscilam entre abordagens de tão diferentes naturezas: das atitudes políticas ao mero exibicionismo, do rebuscado ao clichê, do kitsch ao arquitetado e do proibido ao permitido. 

Arêde age com consciência nesse terreno minado, nos fala da representação da mulher na sociedade contemporânea e de formas específicas de como ela ocorre, sobre valores e atitudes que cercam a exibição da mulher e de sua identidade na fotografia, na pintura e no desenho. 

Nas pinturas apresentadas no Centro Cultural Pascoal Carlos Magno, a identidade, a sexualidade e o ato de retratar o corpo feminino se conectam como formas consumíveis e existentes entre valores – como diria Zigmunt Bauman – de transitoriedade líquida, inseridos num mal-estar que permeia a pós-modernidade."
Lícius Bossolan (prof. e orientador – EBA/UFRJ)

Publicado em quarta-feira, dezembro 05, 2012 por Kayo Medeiros

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terça-feira, dezembro 04, 2012



 De 6 a 9 de dezembro ocorre a primeira edição do Festival Pepita de Artes Integradas, organizado pelo grupo mineiro Coletivo Muzinga. Realizado nas cidades de Ouro Preto e Mariana, o evento integra o Circuito Mineiro de Festivais Independentes, que tem como proposta principal o fortalecimento dos festivais e demais produções já presentes na região, além de fomentar novas iniciativas artísticas no cenário local.



A Escolha do Nome

Segundo o Coletivo Muzinga, a escolha do nome do Festival “teve como influências memórias e histórias, que cada vez mais se movimentam a partir das expressões de arte e cultura nas cidades”. Para o Coletivo, a realização do Pepita se apoiará na possibilidade de imersão do público no contexto artístico, que consistem em vivências criativas, debates e apresentações no Parque Vale dos Contos (Ouro Preto) e no Sagarana Café Teatro (Mariana).

O Pepita traz ainda uma programação plural, contando com a participação das bandas Galanga, Groove de Vinil, Bona Fortuna, Mustache e os Apaches e o show do cantor Pedro Morais, além de grandes intervenções artísticas, feira de trocas de livros, brinquedos e roupas.

Parceria: Coletivo Muzinga + Circuito Fora do Eixo

Realizado como uma parceria entre o Coletivo Muzinga e o Circuito Fora do Eixo, que esteve presente em mais de 15 festivais no Estado, o evento tem em seu DNA um conjunto de produtores culturais que prometem o fortalecimento dos diversos meios artísticos, com destaque para música e as artes cênicas.

O Festival Pepita de Artes Integradas é uma realização do Coletivo Muzinga e do Fora do Eixo, com o patrocínio da Conexão Vivo, com a grande parceria do designer Dinho Bento e da Macaca Filmes e o apoio do Fora do Eixo Card, Música Minas, Vale dos Contos e Sagarana Café- Teatro.

Para conferir a Programação Completa do Festival Pepita, ou conhecer mais sobre o Coletivo Muzinga, basta clicar nos links!

Publicado em terça-feira, dezembro 04, 2012 por Kayo Medeiros

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domingo, outubro 21, 2012

Por Kayo Medeiros
Victor Cremasco (à esquerda) e Raphael Amoroso, integrantes da Camará. Foto: Beatriz de Paiva
Junte um tanto de samba, bossa, jazz e blues, deixe estar e adicione melodias clássicas e harmonias delicadas. O resultado será algo bem próximo do que o Camará, projeto musical de Victor Cremasco e Raphael Amoroso, apresenta em seu primeiro disco, auto-intitulado.



Camará vem de uma motivação nossa em relação ao status quo da música popular brasileira. Não vemos mais tantos músicos dispostos a mantê-la perto das pessoas. Hoje em dia soa antigo, erudito. Queremos provar que a bossa-nova, por exemplo, ainda fala nossa língua”, comenta Victor, a voz da dupla.

Raphael Amoroso, violonista e segunda metade do Camará, completa: “Vejo a beleza desse álbum na simplicidade. Simplicidade da música, da mensagem, da intenção. Por isso também o barquinho singelo na capa, como um refúgio à deriva. Esperamos que os ventos estejam do nosso lado e que Camará encontre boas águas pela frente”.

O álbum apresenta nove faixas autorais, como Samba de Amanhã, que conta com um refrão marcante e convidativo, e Ancoragem e Son Dos, que seguem também uma linha cadenciada de raiz, com letras que na primeira recuperam certas cores da cultura nacional e na segunda delatam a influência urbana na vida dos compositores paulistanos.


Clique para ouvir o disco "Camará":


Foto: Beatriz de Paiva
Durante as gravações, a dupla contou com uma banda de apoio formada por Mario Caporici (piano e teclados), Gabriel Rodrigues (baixo), Alves (bateria), Kléber Capoeira (percussão) e Roberto Federicci (cavaco).

O disco, tal qual sua capa minimalista, traz em si canções de um trabalho requintado e sutil, um convite cortês para a apreciação de composições que, ainda que amáveis, não deixaram de lado a expressividade de seus autores.

Para acompanhar o Camará e ter informações sobre shows e outras novidades, basta acessar a página deles no facebookVocê pode também ouvir o disco na íntegra no SoundCloud da dupla, e para contratá-los, o contato é com Tania Tavares, através do e-mail “imprensa.camarampb@gmail.com”.

Publicado em domingo, outubro 21, 2012 por Kayo Medeiros

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quarta-feira, junho 13, 2012




O Até o Tucupi é um festival de música, não competitivo, que promove a interação entre os diversos segmentos da arte. Produzido anualmente pelo Coletivo Difusão, o festival tem como foco valorizar as produções artísticas realizadas no Amazonas e promover o intercâmbio entre os agentes culturais de outras regiões do país, no que tange as ações de qualificação, produção, circulação e troca de tecnologias sociais referentes a cadeia produtiva da música/cultura independente.

Assim, a grade de programação do festival possui palestras, oficinas e mesas redondas para oportunizar a qualificação de profissionais como possibilidades concretas de sustentabilidade frente à realidade que vivemos. Esta etapa da programação do festival apresentará iniciativas planejadas e executadas com sucesso no Amazonas e em outros estados através do Circuito Fora do Eixo, ao qual o festival é vinculado.

Inscrições Abertas Para Bandas

As inscrições – e o edital - para a participação de bandas no Festival Até o Tucupi – Engrossando o Caldo estão abertas desde 9 de junho, e vão até 9 de julho. Serão selecionadas dez bandas com produção autoral por meio de curadoria, ainda a ser definida pela organização do evento.



A novidade da edição 2012 do Até o Tucupi são as inscrições realizadas por meio do site www.festivalateotucupi.com. Lá, as bandas interessadas em participar poderão encontrar o regulamento e a ficha de inscrição da mostra musical.

Espaço Aberto

Ainda no mês de junho, outros editais relacionados a Audiovisual, Artes Visuais e Artes Cênicas serão lançados.  Segundo Allan Gomes, coordenador da programação de formação:

“Entendemos que os editais permitem uma maior participação dos artistas das mais diversas linguagens na composição do festival e além disso torna o processo mais democrático, além de permitir maiores possibilidades de encontrarmos novos trabalhos. Outro aspecto interessante dos editais é que para o nosso processo de economia complementar eles permitem uma maior clareza dos investimentos feitos tanto pelo festival quanto pelos artistas.”

O Até o Tucupi é um festival de artes integradas que promove a interação entre os diversos segmentos da arte. Produzido anualmente pelo Coletivo Difusão e Circuito Fora do Eixo, o festival tem como foco valorizar as produções artísticas realizadas no Amazonas e promover o intercâmbio entre os agentes culturais de outras regiões do país.

Serviço:

Editais e Informações do Festival Até O Tucupi: 
http://www.festivalateotucupi.com

Publicado em quarta-feira, junho 13, 2012 por Kayo Medeiros

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terça-feira, junho 12, 2012



A COMUM – Cooperativa da Música de Minas Gerais, lança edital para o 2º CIRCUITO MÚSICA DA CIDADE de Juiz de Fora. O festival, realizado pela COMUM com o apoio da Funalfa e Funarte, retorna após dois anos para potencializar a produção musical do estado a partir de Juiz de Fora, provocando o encontro de artistas da cidade com de outras localidades.

"Nossa intenção é adicionar componentes ao circuito de Juiz de Fora para aprimorar as relações. Criar a interação desses componentes para colaborar com o circuito de Minas Gerais. O Projeto CIRCUITO MÚSICA DA CIDADE pretende ocupar as praças da cidade e ressignificar esses espaços de convívio social promovendo uma integração entre artistas de diferentes regiões do Estado e o público loca. Haverá ainda uma imersão entre os grupos participantes, para se conhecerem a trocarem experiências, vamos canalizar a energia desse convívio fazendo circular a corrente elétrica em cada componente desse circuito que tem sua segunda edição começando agora."

O edital do 2º CIRCUITO MÚSICA DA CIDADE e de Juiz de Fora recebe inscrições até 29 de junho e é voltado para músicos e grupos atuantes em Minas Gerais, com trajetória profissional comprovada de no mínimo dois anos. As inscrições podem ser feitas pelo site www.circuitomusicadacidade.com.brSerão contemplados 20 projetos, sendo dez de Juiz de Fora e outros dez do restante do estado para apresentações musicais em praças públicas e teatros, previstas para o segundo semestre de 2012.

Serviço:
2º CIRCUITO MÚSICA DA CIDADE
Período de inscrições: 05 a 29 de junho de 2012
Edital e ficha de inscrição no site: www.circuitomusicadacidade.com.br
informações: (32) 9198-0440 (Juiz de Fora) e (31) 8863-9531 (Belo Horizonte)

Inscrições gratuitas
Para agendamentos de entrevistas e outros esclarecimentos, favor entrar em contato com a assessoria de imprensa:
Juiz de Fora: Bruno Calixto (32) 8855-9811 / brunoimprensa@gmail.com
Belo Horizonte: Renata Andrade (31) 9125-6825 e Geo Cardoso (31) 9255-8637 / tenttocomunicacao@gmail.com / @TenttoBH

Publicado em terça-feira, junho 12, 2012 por Kayo Medeiros

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terça-feira, junho 05, 2012

Por Kayo Medeiros

A Serafina - revista cultural da Folha -, trouxe como destaque em sua edição de abril uma matéria sobre a “Nova MPB”, uma suposta massa de artistas colaborativos entre si, apadrinhados pela mídia (querendo ou não) e abençoados pela “velha MPB”. Lendo a matéria, é impossível não se perguntar o que é esse “popular”, e o que é que ainda se pode chamar de Música Popular Brasileira.

Criolo, expoente da "Nova MPB", incorpora Cartola em ensaio fotográfico para a revista Serafina - Abril/2012
O motivo para isso é bem simples. A Serafina traz, nesta edição, um ensaio fotográfico no mínimo curioso. Nele, artistas que alcançaram o estrelato nos últimos anos “interpretam” personagens clássicos da música brasileira. Em uma das imagens, Criolo “incorpora” Cartola, enquanto mais adiante, Mallu Magalhães se perfaz de Rita Lee - pelo menos no que diz respeito à estética.

O ensaio gerou uma horda de opiniões controversas a respeito do que aquilo significava: será, então, que a “Nova MPB” estava se posicionando como a nova geração da música brasileira, ou simplesmente como “mais do mesmo”?



Na reprodução do álbum "Secos & Molhados" (1973), da esq. para a dir.: Andreia Dias (como Ney Matogrosso); Luisa Maita (Marcelo Frias) e Mariana Aydar (João Ricardo) - Serafina, Abril/2012
A MPB do Bom Moço

A “Nova MPB” queridinha da mídia, formada por artistas específicos e selecionados, possui algumas características muito próprias. A colaboratividade é uma bandeira levantada para explicar o motivo pelo qual este mesmo grupo se desenvolveu e veio à tona ao mesmo tempo - e também para justificar a repetição dos nomes ao longo de uma cada vez maior lista de encartes. Em resumo, todo mundo é amigo de todo mundo.

Além de muito simpática e amigável, a “Nova MPB” demonstra agora um apreço muito maior pela antiga geração, do que estes tiveram por seus antecessores. Explico: muito além de se admitir apreciador do que foi feito, porém querer se distanciar ao máximo do antigo “padrão”, a “Nova MPB” dos anos 2000 parece não se contentar com o papel de admiradores - quer ser a MPB de trinta, quarenta anos atrás.

Seja através de convites para participações especiais em álbuns e shows, ou um ensaio fotográfico reproduzindo a antiga geração, a “Nova MPB” aparenta necessitar tanto da benção dessa velha guarda quanto da aprovação da mídia que a vende como a nova última salvação da música brasileira.

Vejamos a declaração que Marcelo Soares, diretor-geral da Som Livre, deu à Serafina: 

“é quase impossível que um artista com algum potencial voe abaixo do radar da indústria por muito tempo, já que a maioria é detectada pela imprensa ou recomendada por algum artista já estabelecido”

Essas duas questões basicamente relacionam diretamente a qualidade de uma produção musical à sua “encontrabilidade”, assim como à sua capacidade de obter o reconhecimento de músicos já consagrados. Dessa forma, se um artista não preenche estes requisitos (ou se recusa), pode ser considerado sumariamente como detentor de uma qualidade inferior, indigno da alcunha de “popular”. Aparentemente, o “sucesso” (dependendo da sua ideia de sucesso) só é possível com o reconhecimento e popularização, e estes, por sua vez, só existem com a benção das últimas gerações e a grande mídia.

A revista Bravo! também entrou na onda da MPB do bom moço.

O que é Popular?

Quando se fala em popularização de uma obra musical, muitas vezes o que se ouve é que, para ser popular, deve-se falar com as massas, de maneira massificada. Nessa circunstância, o que foi dito acima seria o óbvio necessário: o apoio da grande mídia, a utilização de grandes nomes da música como bengala.

No entanto, não é certeza de que a crítica irrestrita a artistas cuja obra não chega a uma multidão irrefreável seja totalmente justa. O que se vê nos novos artistas é uma produção que não necessariamente peca por não ser de conhecimento generalizado. Não apenas por uma certa antipatia para com a grande mídia e a estrutura de divulgação das gravadoras, mas sim pelo fato de que aquela música em especial só consegue atingir em sua plenitude uma determinada parcela dos ouvintes.

Talvez, a popularização mais honesta se desse pela real democratização do acesso à obra, algo já realizado por todos os novos artistas brasileiros - e não pela divulgação e reprodução desenfreada. A música brasileira pode ser mais popular estando disponível, do que sendo empurrada para o público - ainda que aí se exija um certo pensamento crítico quanto à procura pela obra.

A outra nova MPB

De tempos em tempos, a música brasileira resolve abrir um pouquinho as janelas pra deixar o ar entrar. Um ou outro movimento cultural sempre acaba trazendo algo um pouco novo - na medida do que pode ser considerado “novo”, claro. Exemplo? A Bossa Nova, lá pelos fins de 1950; a jovem guarda nos anos 60 (trazendo pro país uma grande influência do rock americano cinquentista e sessentista); a tropicália de 60/70; o “rock BR” do anos 80 e, o manguebeat e o hip hop dos anos 90.

Cada uma dessas gerações, no entanto, possui uma característica em comum: ainda que apreciassem e aplaudissem publicamente o que havia sido feito pelas últimas gerações de artistas já consagrados, faziam questão de se distanciar, e se apresentar como algo novo. Havia a personalidade da quebra de barreiras, de paradigmas na música - ainda que ela não fosse completamente original.

A última leva dos artistas da MPB fizeram exatamente isso. Os Mutantes, a tropicália, Chico Buarque, Ney Matogrosso, entre muitos outros. Todos, ainda que reconhecendo a importância dos músicos que haviam feito sucesso antes deles, desejavam o diferente, e trabalharam com o objetivo de romper determinadas barreiras, e com isso inovar a “cena” musical daquele momento em especial.

Este movimento, por sua vez, é algo que que não vem sendo feito pela “Nova MPB” - muito pelo contrário. O que se vê, se não a postura de quem obedece ao mais velho e lhe fornece muito mais do que o devido respeito, é no mínimo um “beijar de mãos” exagerado, exatamente a atitude que descaracteriza a velha MPB que tanto celebram.

A nova MPB, sem aspas e sem maiúscula, é mais interessante: não celebra ou pede benção à velha guarda, não se apresenta como um mais-do-mesmo com cheiro de mofo, nem é elevada à status de culto pela grande mídia. E, talvez exatamente por isso, faz mais respeito à alcunha de MPB do que uma - falsa - tropicália reciclada.

Publicado em terça-feira, junho 05, 2012 por Kayo Medeiros

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segunda-feira, junho 04, 2012

Inaugurada em 23 de maio, a exposição "Blackbook" traz, até 23 de junho, obras do coletivo de ilustradores Bicicleta Sem Freio, além do artista plástico Mateus Dutra e o artista gráfico Galvão. A exposição está rolando na Galeria Potrich, em Goiânia. 




Você pode conferir o teaser da Exposição e o perfil dos artistas logo abaixo:


Blackbook | Exposição Coletiva
De 23 de maio a 23 de junho
Galeria Potrich | www.potrichgaleria.com | R. 52, 689 – Jd. Goiás – Goiânia – GO

Publicado em segunda-feira, junho 04, 2012 por Kayo Medeiros

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domingo, junho 03, 2012


Arte Garagem visa suprir falta de espaço para arte contemporânea na região serrana



A oitava edição do Projeto Arte Garagem vai acontecer no Palácio Rio Negro (Museu da República/IBRAM/minC), em Petrópolis (RJ), entre os dias 9 de junho e 29 de julho. Criado por iniciativa dos artistas plásticos Rosa Paranhos e Claudio Partes, residentes em Petrópolis (RJ), o Arte Garagem é um projeto pioneiro na cidade.

Dividido em visitas guiadas, apresentação de vídeos de arte e mesa redonda, ele visa encorajar a produção de artes visuais na região serrana do estado buscando um maior intercâmbio de ideias, criando via de acesso para o diálogo aberto com o público, contribuindo para a reflexão acerca da arte contemporânea e/ou do mundo por meio desta, integrando e promovendo o desenvolvimento da tríade arte-cultura-educação.

“Petrópolis não tinha, e não tem, espaço para exposição de arte contemporânea. Ao mesmo tempo há um número considerável de artistas que trabalham com essa linguagem. Como sempre estive envolvida com a cultura da cidade e principalmente com as artes visuais, eu e um grupo de artistas frequentadores do meu ateliê resolvemos fazer uma exposição na minha garagem para apresentar trabalhos de artes visuais, poesia e música, bem como objetos de arte pra venda”, relembrou Rosa Paranhos.

Esta edição conta com patrocínio da Secretária Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro (SEC) e com a presença de 26 artistas. A abertura acontece no dia 09 de junho, às 18h, no Palácio Rio Negro (Museu da República/IBRAM/minC), Petrópolis (RJ), com performance do artista Jorge Salomão.



Sobre o projeto

O projeto Arte Garagem teve início em 2005 através da iniciativa de Rosa Damasceno Paranhos e Claudio Partes residentes em Petrópolis -RJ, que decidiram unir forças para tornar real um ambiente de experimentação artística. A palavra “garagem” faz referência ao mecanismo do trabalho, que tem como objetivo reunir artistas com linguagem contemporânea residentes na cidade e convidados, na ocupação de espaços alternativos como via de acesso para aproximação com o público.

O evento tem como objetivo a formação de plateia com visitas guiadas, apresentação de vídeos de arte e mesa redonda ao final da exposição para alunos da rede Municipal e públicos em geral utilizando o potencial da arte em um diálogo pertinente e relevante, com linguagem reflexiva acerca da arte hoje e do mundo por meio dela.

Portanto, trata-se de uma exposição que permite e mantém um dialogo aberto à projeção de ideias e suas diversidades sem abdicar da vivaz e plural inquietação da época. Um dos maiores estímulos para os envolvidos diretamente na organização do projeto é a oportunidade de poder demonstrar que a cidade de Petrópolis pode exibir aqui o entusiasmo e a qualidade dos artistas locais, bem como ser palco receptor de outras regiões.

Na oitava edição, o Arte Garagem renova e aprofunda seu compromisso de não estar preso a escolhas curatorias ou escola artística tornando assim possível a troca de informações e fluxo de ideias, discussões e debates traçando um panorama da produção local com alguns convidados. O que norteia a exposição é a rica diversidade poética da arte atual brasileira em pequenos centros do ponto de vista do próprio artista, ultrapassando a barreira que isola a arte local dos grandes centros, mostrando a capacidade dos artistas para articular pensamento crítico e sofisticado sobre os temas mais importantes da atualidade e de gerar novas propostas estéticas envolvidas em soluções coletivas.

Serviço:
Arte Garagem 2012
Abertura: 9 de junho, às 18h, com performance de Jorge Salomão.
De 9 de junho e 29 de julho.
Local: Palácio Rio Negro (Museu da República/IBRAM/minC) (Avenida Koeler, 255, Centro,  Petrópolis – RJ)
Programação:
Vídeos: Junho (escolas Municipais) e Julho (público em geral).
Visitas Guiadas: Escolas municipais e estaduais: 19, 22, 26 e 29 de junho.  Público em geral: 07 e 28 de julho, às 15h.
Oficinas: 14 e 21 de julho, de 10h às 12h e de 15h às 17h.
Mesa Redonda: Arte Educação: 28 de Julho, às 15h.
Informações: Rosa Damasceno Paranhos e Claúdio Partes: artegaragem@gmail.com ou www.artegaragem.com.br.

Publicado em domingo, junho 03, 2012 por Kayo Medeiros

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segunda-feira, maio 28, 2012

A Nobat, banda belo-horizontina liderada por Luan Nobat, lançará no próximo dia 21/06 a versão física de seu primeiro álbum, "Disco Arranhado", produzido por Eduardo Curi. Com referências como Franz Ferdinand, The Strokes, Arctic Monkeys, Queens Of The Stone Age, Yeah Yeah Yeahs e vários outras bandas do cenário indie dos anos '00, a banda reúne composições de características peculiares: "ao mesmo tempo em que tece abstrações e considerações sobre a situação humana ou sobre questões universais, sua música nos atinge com uma dose excessiva de realidade, marcadas por um ritmo pulsante, guitarras eletrizantes e por um vocal enérgico e agressivo."

Com a participação de Sérgio Ribeiro (baixo), Thiago Fernandes (bateria) e Eduardo Curi (guitarra), Nobat realiza o lançamento da bolacha de "Disco Arranhado" na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. A direção artística da apresentação ficou por conta de Munish Satya.



Para maiores informações sobre a banda (e baixar o disco, disponível para download), bastar acessar http://nobat.bandcamp.com/ ou http://nobat.tnb.art.br/

Publicado em segunda-feira, maio 28, 2012 por Kayo Medeiros

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segunda-feira, maio 21, 2012


O 7º Festival Cine Favela de Cinema, um dos maiores festivais de cinema periférico do mundo, tem suas inscrições para seleção abertas até 31 de agosto. O evento, que acontece entre os dias 20 de outubro e 12 de novembro, estará presente em quatro comunidades da cidade de São Paulo – Paraisópolis, Heliópolis, Capão Redondo e Cidade Tiradentes. 




Realizado pela Associação CINE FAVELA e pelo SESC-SP, com produção da MUK, em suas seis edições ininterruptas, já exibiu mais de 400 títulos, beneficiou 300 jovens com suas oficinas de cinema e atraiu mais de 50.000 pessoas em suas atividades, transformando-se, assim, em um dos maiores Festivais de Cinema Periférico do mundo.

O tema é livre e são aceitos filmes de todos os gêneros e formatos, finalizados a partir de 2010 e com duração máxima de 90 minutos. As inscrições são gratuitas e estão abertas a obras de todas as nacionalidades, desde que tenham sido realizadas por ONGs, associações, coletivos artísticos, periferias ou produtores independentes ou periféricos.

Uma equipe de profissionais do audiovisual será responsável pela seleção dos filmes que irão concorrer na mostra competitiva. Para o caso de filmes estrangeiros selecionados, o festival se responsabilizará pelas legendas.

Caberá ao júri popular a escolha do vencedor do título de Melhor Filme, que será premiado com um troféu e R$ 3 mil.

A programação completa será divulgada em setembro, e você pode obter mais informações no site oficial do festival.

Publicado em segunda-feira, maio 21, 2012 por Kayo Medeiros

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